segunda-feira, 22 de abril de 2013


O Problema deve ser Empírico

      Foi visto que os problemas científicos não devem referir-se a valores. Não será fácil, por exemplo, investigar se “filhos de camponeses são melhores que filhos de operários” ou se “a mulher deve realizar estudos universitários”. Estes problemas conduzem inevitavelmente a julgamentos morais e, consequentemente, a considerações subjetivas, invalidando os propósitos da investigação científica, que tem a objetividade como uma das mais importantes características.
        
         É verdade que as ciências interessam-se também pelo estudo dos valores. Todavia, estes devem ser estudados objetivamente, como fatos, ou como “coisas”, segundo a orientação de Durkheim. Por exemplo, a formulação de determinado problema poderá fazer referência a maus professores. Essa expressão indica valor, mas o pesquisador poderá estar interessado em pesquisar professores que seguem práticas autoritárias, não preparam suas aulas ou adotam critérios arbitrários de avaliação. Trata-se, portanto, em transformar as noções inciais em outras mais úteis, que se refiram diretamente a fatos empíricos e não a percepções pessoais.
         
        Embora o pesquisador deva procurar a objetividade, é importante reconhecer que o processo de construção do conhecimento não é neutro. Não há como eliminar completamente a subjetividade do pesquisador. Isto é particularmente verdadeiro no campo das ciências sociais, onde o pesquisador se propõe a estudar uma realidade da qual ele mesmo faz parte.

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